Em contraste com os estádios luxuosos, os arranha-céus futuristas e a arquitetura ultramoderna, a sociedade qatariana é extremamente conservadora no que diz respeito aos usos e costumes em sociedade. Na Copa do Mundo, este conservadorismo já se manifestou nas restrições à venda de bebidas alcoólicas e na proibição de qualquer manifestação de apoio à comunidade LGBTQIA+, que é duramente reprimida no país árabe. A Inglaterra era uma das seleções que pretendia se manifestar neste sentido com o capitão Harry Kane usando uma faixa no braço com os dizeres “One Love”. Não foi possível, atendendo ao desejo do sheik do Qatar.
A Fifa vetou o uso da braçadeira, ameaçando com punição caso a determinação não fosse respeitada. A mesma seria cartão amarelo ao capitão e multa financeira. Diante disso, a Federação Inglesa recuou. E o atacante usou uma braçadeira com os dizeres “Sem Discriminação”, algo alinhado a uma campanha organizada pela Fifa. Na execução do hino, os ingleses se ajoelharam (Vidas Negras Importam), e o iranianos calaram-se em um protesto velado contra a repressão que as mulheres sofrem dos aiatolás em seu país.
Foi em meio a todo este contexto que se deu a estreia do Brasil na arbitragem no Qatar, com o trio Raphael Claus, Rodrigo Correa e Danilo Manis. Aos 4 minutos aconteceu um pênalti para a Inglaterra – Cheshmi agarrou Maguire em uma cobrança de escanteio, mas o árbitro de vídeo o uruguaio Leodan Gonzalez não ajudou. Aos 7 minutos, paralisação do jogo para atendimento do goleiro do Irã por choque na cabeça e o jogo ficou parado por 8 minutos.
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Ele foi substituído em seguida por concussão (o que permite fazer além das 5 previstas no regulamento mais uma substituíção). Ao final do primeiro tempo com o placar de 3 a 0 para os ingleses, Claus acrescentou 14 minutos. Pra mim, foi demais.
No segundo tempo, o jogo foi tranquilo, e os ingleses seguiram empilhando gols - mais três, e os Iranianos que só tinham feito um tiveram um pênalti já aos 55 minutos. Na cobrança, chegaram ao segundo gol. Sim, Claus deu 10 minutos de acréscimo, e novamente exagerou, na minha avaliação. Sem critério, o VAR desta vez interveio, e o pênalti foi confirmado - Stones puxou Pouraliganji pela camisa. A partida teve 23 faltas e dois cartões amarelos.
Não foi uma estreia boa, e Claus deverá apitar mais um jogo. Será sua chance de mostrar as qualidades que o levaram ao Mundial.
Wilton Pereira Sampaio durante Holanda x Senegal, na Copa do Mundo do Qatar Matteo Ciambelli/Getty Images
A vez de Wilton Pereira Sampaio
Na segunda partida do dia, foi a vez da estreia do trio capitaneado por outro brasileiro, Wilton Pereira Sampaio. Ao seu lado estavam Bruno Boschila e Bruno pires. E o trio tinha, ao menos em tese, um jogo mais complicado que o de Claus mais cedo: Holanda x Senegal.
Depois de um primeiro tempo bem disputado, Wilton mostrou bom preparo físico (é o seu forte), estando sempre próximo das jogadas, sem lances polêmicos. Passou despercebido, o que é sempre um elogio para o árbitro.
Ele mostrou corretamente o primeiro cartão amarelo do jogo, aos 11 minutos do segundo tempo. Só abusou um pouco das advertências dentro das áreas nas cobranças de escanteio, mas sem polêmicas.
Ao todo, foram 25 faltas apitadas e três cartões amarelos dados. Agora, para Wilton, é só esperar a próxima partida. E manter a discrição.
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Preparação da arbitragem para os campeonatos estaduais
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