Doncic precisa passar pelo 'processo de Jordan' de ter um time melhor. E os Mavs podem não dar isso a ele tão cedo
Foi um milagre o Dallas Mavericks ter chegado na final do Oeste na NBA. Foi outro milagre não ter sido varrido pelo Golden State Warriors.
Tudo isso só foi possível pelo esforço descomunal de Luka Doncic, que aos 23 anos já tem tudo pra se colocar como maior estrangeiro da história da NBA e o talento necessário para daqui a uma década estar entre os 10 maiores da história.
Mas ele só vai estar nessa conversa se ganhar títulos. Infelizmente para Luka, no basquete, um esporte coletivo, isso é inevitável. E caso ele não consiga isso, será culpa da franquia em que ele joga.
O esloveno teve médias de 31 pontos, 9,9 rebotes, 6,4 assistências e 1,9 roubos nestes playoffs. Absurdo. Mas, pra chegar mais longe e rivalizar com Giannis Antetokounmpo pelo posto de "o cara" a seguir o legado da liga enquanto Curry, LeBron e Durant estão chegando no estágio final de suas carreiras, ele tem que ganhar título, não tem jeito.
E com o elenco atual dos Mavericks, não tem como.
E o pior de tudo isso? Dallas está "engessado". Com mais de US$ 150 milhões já comprometidos no teto salarial da próxima temporada, acima do limite de US$ 122 milhões, não tem como os Mavs atraírem algum grande free agent. Mesmo porque a classe que está pra ficar livre, com algumas exceções (Zach Lavine, por exemplo), não é das mais animadoras e capaz de dar a Doncic uma outra superestrela.
Dwight Powell, Maxi Kleber, Reggie Bullock, Spencer Dinwiddie e até Jalen Brunson (que será free agent ao fim da temporada, mas tem sido o 'número 2' no time)...com todo respeito, mas devem se considerar sortudos de terem Doncic no time. Todos acabam tendo minutagem de protagonista, mas têm talento apenas para compôr elenco. Pior, a maioria deles têm salário de protagonista mesmo.
Tim Hardaway (US$ 19,6 milhões), Dinwiddie (US$ 19,5 milhões), Davis Bertans (US$ 16 milhões), Powell (US$ 11 milhões) e Bullock (US$ 10 milhões) são algumas atrocidades da folha salarial de Dallas para 2022-23. Mark Cuban vai precisar se mexer e arrumar algumas trocas para trazer uma estrela capaz de complementar Doncic ou livrar espaço no salary cap para ir atrás de algum free agent no ano seguinte.
Doncic terá que passar por um processo similar ao de Michael Jordan nos Bulls. Jordan chegou a ter média de 43 pontos nos playoffs de 1986, mas era uma estrela solitária em Chicago.
Precisaram chegar Pippen, Bill Cartwright, Horace Grant e junto com Phil Jackson como técnico, que implantou um sistema que tinha como premissa fazer girar a bola, não focando tudo exclusivamente em Jordan, para formar um time campeão.
O esloveno precisa do mesmo, de bons companheiros e que os rivais vejam em Dallas um time que possa ter outras ameaças. É claro que é legal ver esses números insanos de Doncic, mas o que vai definir seu legado são títulos, MVP's. E esses não passam de uma casa decimal.
Doncic precisa passar pelo 'processo de Jordan' de ter um time melhor. E os Mavs podem não dar isso a ele tão cedo
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