A seleção brasileira venceu o Peru nesta terça-feira (12), por 1 a 0, gol marcado por Marquinhos, pela segunda rodadas das eliminatórias sul-americanasdaCopa do Mundo.
Mesmo assim, Fernando Diniz, como é praxe entre técnicos brasileiros, resolveu reclamar da arbitragem, e isso depois do surrado discurso 'que não gosta de falar do juiz'.
Reclamou de um gol de Richarlison que foi anulado pelo VAR depois de longos minutos.
"Isso é uma coisa recorrente no Brasil. O que mais me irrita é picotar o jogo, e o juiz ser conivente com o tempo parado. É ruim para quem paga ingresso. É difícil achar árbitro que fala “levanta, vamos levar”. O momento que parou o jogo, era nosso melhor momento. O jogo deu uma esfriada. É um lance que aquilo que a Fifa quer que aconteça. Um lance tão duvidoso deveria ser para o ataque. Quando decidiram que o gol ia ser invalidado, a atmosfera virou toda contra. A torcida estava em tom mais baixo, voltou completamente para o Peru. A arbitragem teve uma interferência que eu não gostaria que tivesse".
Nada tão grave. Mas Diniz, como todos os outros técnicos brasileiros, e alguns portugueses que trabalham por aqui, deveriam fazer como o gênio Guardiola e aprender com o argentino Marcelo Bielsa.
Também nesta terça-feira pelas eliminatórias, Bielsa comandou o Uruguai contra o Equador.
No último lance do jogo, a Celesteperdia por 2 a 1 e houve um lance na área equatoriana em que os jogadores uruguaios pediram pênaltis.
Comentaristas de arbitragem apontaram que houve sim a penalidade, ignorada pelo juiz brasileiro e pelo VAR.
Seria o cenário perfeito para um treinador brasileiro (ou português) chorar sem parar.
Mas vejam o que Bielsa disse na coletiva após o jogo.
“São reclamações por observarmos uma jogada de uma forma mais favorável para nós do que a decisão do árbitro, mas são coisas sem importância. O árbitro acerta e erra, mas não nos prejudicou. Não vejo que tivesse algum peso que pudesse influenciar no resultado final. O que é verdade, como estávamos perdendo, há algumas jogadas que reivindicamos. É natural que o jogo tenha acabado e o empate não tenha acontecido”, disse Bielsa com a sinceridade de sempre.
Antes de assumir o Barcelona, Guardiola viajou para a Argentina para uma conversa de longas horas com Bielsa, que pode não ter um vasto currículo de títulos.
Mas que era o técnico ideal para fazer a revolução que a seleção brasileira precisa.
Bielsa não é só um gênio da tática. É também espetacular nas relações humanas, no respeito ao jogo, no fair play.
Ele assumiu a seleção uruguaia após a Copa do Qatar.
Segundo a imprensa local, seu salário será de US$ 4 milhões anuais, basicamente o mesmo que Tite ganhava e muito menos que a CBF vai pagar para o italiano Carlo Ancelotti.
Que pena que a CBF não fez como Guardiola.